UC: Educação e Sociedade em Rede [ESR] 1º semestre
Prólogo
Prólogo
Este texto visa analisar a obra de Pierre Lévy
[Cibercultura] com o objetivo de produzir um comentário sobre a noção de
cibercultura tal como é defendida pelo autor, acompanhada de três exemplos desta
temática.
Materializa a atividade 2 da UC Educação e Sociedade em Rede.
Materializa a atividade 2 da UC Educação e Sociedade em Rede.
Introdução
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Ciberespaço |
Considera que os desenvolvimentos sociais estão diretamente relacionados com os desenvolvimentos tecnológicos. A dimensão social da sociedade determina a aplicação das novas tecnologias conforme as nossas necessidades.
O conceito de ciberespaço é então uma consequência das interações entre nós e a forma como vivenciámos as estruturas sociais. Numa sociedade que vive em rede a tecnologia é aproveitada como local privilegiado para relacionamento social.
O desenvolvimento tecnológico trouxe-nos inovações que se encontram perfeitamente integradas na nossa vida (computadores, telefones, internet, emails, redes sociais, etc) e vivemos envolvidos por elas, dando-lhes significados culturais e sociais.
É desta forma que Lévy chega ao conceito de cibercultura, que defende ser um movimento sedimentado em novas formas de comunicação e troca de conhecimento. É um fenómeno social que dá outro significado a todas as dimensões da sociedade, incluindo a comunicação, a participação, a educação, a forma de acesso ao conhecimento e à aprendizagem. Estas dinâmicas provocaram uma desinstitucionalização do saber a par de uma democratização de todo o processo cultural.
Cibercultura, segundo
Pierre Lévy
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Cibercultura |
Nesta obra o
autor desenvolve a tese de que a cibercultura reflete a “universalidade sem
totalidade. É universal porque fomenta as ligações entre todos, mas admite a
diversidade “que dissolve a totalidade” (Lévy, 1999, p.149). Ou seja, a internet forma uma grande
rede em permanente expansão na qual cada nó é fonte de “heterogeneidade” e
diversidade de temas, sentidos e discussões que estão numa renovação continua.
Socorre-se de
várias analogias e metáforas para enquadrar esta problemática, como quando compara “dilúvio informacional” (Lévy, 1999,
p.14).em que vivemos hoje em dia
com o dilúvio de Noé. Mas o atual dilúvio jamais terminará. Devemos aceitar que
é necessário viver em rede, sendo cada um de nós um Noé com uma arca que
estabelecerá ligações com outras arcas. Ou seja o nosso dilúvio não tem apenas
uma arca estanque, fechada por si mesmo, mas um numero infinito de arcas
interligadas.
Estas
interligações entre indivíduos, e as suas arcas, formam redes colaborativas
com dinâmicas sociais e de aprendizagem cooperativa que tornam o ciberespaço um
instrumento privilegiado de inteligência coletiva.
Noutra
analogia, o autor defende que a cibercultura pode ser herdeira do iluminismo,
que se desenvolveu na Europa do século XVIII, difundindo valores como
fraternidade, igualdade e liberdade. Neste sentido o ciberespaço é um
instrumento de comunicação entre indivíduos, que lhes permite afirmar ou seu
valor, os seus direitos e a aprender o que querem saber.
Atualmente vivemos online em comunidades virtuais, ligadas
ao universo, que constroem e dissolvem continuadamente as suas “micro-totalidades”
dinâmicas e emergentes, mergulhadas no nosso novo “dilúvio
informacional”.
Exemplos
Serviço baseado na rede web que
permite a troca de mensagens escritas entre utilizadores. A sua grande expansão
veio substituir a correspondência tradicional e alterou definitivamente a forma
dos indivíduos comunicarem. O conceito de espaço físico e temporal deixou de
ser importante o envio e receção de mensagens.
Com o email “cada um pode emitir
para a totalidade do grupo e saber que os outros também terão recebido as
mensagens que ele lê” (Lévy, 1999, p.94).
Assim, podemos dizer que é uma ferramenta de comunicação que, além de permite a comunicação pessoa-a-pessoa ,
também tem a potencialidade para transmitir mensagens do
coletivo-para-coletivo.
Serviço que permite a publicação
de mensagens de uma forma pública com características coletivo-para-coletivo e
funcionam como comunidades virtuais e “são espaços de troca de informações e de
debates” (Lévy, 1999, p.103).
Estes espaços coletivos são
reservados à participação dos utilizadores neles inscritos onde estes partilham
interesses e manifestam opiniões numa experiência de cidadania e democracia.
online.
O hipertexto foi uma inovação que
revolucionou a forma de apresentar a informação e facilitar a interação dos indivíduos
com conteúdos permitindo-lhe navegar pela rede de forma fácil e rápida sem necessidade
de quaisquer conhecimentos técnicos.
“Na Web, cada elemento de
informação contém ponteiros, ou links,
que podem ser seguidos para
acessar a outros documentos sobre assuntos
relacionados” (Lévy, 1999, p.106).
O hipertexto possibilitou também
o desenvolvimento de novos serviços baseado na internet, possibilitando que os
utilizadores passassem a ter a possibilidade de produzir e partilhar conteúdos
na rede.
Conclusão
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Mundo cibercultural |
Muitos dos
desafios enunciados por Pierre Lévy permanecem atuais. A nossa sociedade
necessita de reconhecer que uma sociedade em rede e globalizada contempla novas
formas de apropriação de cultura, de cidadania, de intervenção pública e de
aprendizagem cada vez mais coletiva.
Vivemos num
mundo cibercultural onde já não somos espetadores, mas sim protagonistas, passamos
de uma postura estática para uma em constante movimento, evoluímos de uma
situação de dependência intelectual para uma de autonomia no desenvolvimento
intelecto-cognitivo.
O monopólio
do acesso e distribuição da informação deu lugar à multiplicidade, composta por
diferentes indivíduos, que interagem em rede para criar os conteúdos que consumem.
Comentário reflexivo
O autor começa o seu livro, logo na introdução, por avisar que
o “consideram um otimista” (Lévy, 1999, p.11). Realmente ao longo desta obra o
autor apresenta uma visão entusiasmada sobre o nosso futuro numa sociedade digital
que vive no ciberespaço fascinada com a cibercultura.
É necessário reconhecer que o crescimento do ciberespaço é
um movimento imparável de indivíduos ansiosos por experiências coletivas e intervenções
proativas na nossa sociedade. Por outro lado, o ciberespaço constitui-se como o
novo espaço para a comunicação e intervenção social e de cidadania.
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Primavera Árabe |
Um destes exemplos é o chamado movimento da “Primavera Árabe”
que, recentemente, transformou o cenário social e político de muitos países do
médio oriente e norte de África.
Estamos assim a viver num espaço e numa cultura com novas potencialidades
que devemos aproveitar nas diversas dimensões da nossa sociedade: politica, económica,
social e cultural.
Obra Analisada
Lévy, P. (1999). Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo - Brasil. Editora 34.
Referencias de imagens:
"Ciberepaço",disponível em http://ednetpr.blogspot.pt/2013/05/educacion-sin-barrera.html
"Cibercultura", disponível em http://escolaemidia.blogspot.pt/
"Email", disponível em http://www.otimizacaodesites.com/construindo-seu-banco-de-e-mail-marketing/
"Fórum": disponível em http://www.phabloprojetos.com/2012/03/criar-forum-para-meu-blog.html
"Hipertexto": disponível em http://educacaoafa403.blogspot.pt/
"Mundo cibercultural", disponível em http://infomidiaufrgs.blogspot.pt/2010/07/mundo-digital-como-ignorar-essa-verdade.html
"Primavera Árabe", disponível em http://grazaza.blogspot.pt/2011/06/onu-declara-que-o-acesso-internet-e-um.html
en → pt
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